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A importância da avaliação neuropsicológica na intervenção do transtorno do espectro autista (TEA)

O termo autismo, em 2013, passa a ser definido como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e se enquadra no grupo dos transtornos do neurodesenvolvimento, sendo o termo utilizado até hoje (DSM-V). Uma definição recente, traz o autismo como uma síndrome do comportamento que afeta o desenvolvimento motor e psiconeurológico do indivíduo, ocasionando dificuldades na linguagem, interação social e cognição da criança.

“O exame neuropsicológico é um procedimento de investigação clínica cujo objetivo é esclarecer questões sobre o funcionamento cognitivo, comportamental e, em menor grau, emocional de um paciente. Parte de um pressuposto segundo o qual todo comportamento, processo cognitivo ou reação emocional tem como base a atividade de sistemas neuronais específicos” (Malloy-Diniz, Matos, Abreu e Fluentes).


A avaliação neuropsicológica da pessoa que se enquadra dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA), vai além da comunicação e interação social, das estereotipias e comportamentos repetitivos, dos padrões de comportamento ou da compreensão do repertório mais restrito. Nesse processo, avaliam todas as funções cognitivas que todos nós temos.

PERCEPÇÃO E ATENÇÃO – O desengajamento é um componente da orientação da atenção e nas crianças com TEA está comprometido. Por apresentarem prejuízos na atenção compartilhada, déficits de atenção devem ser bem avaliados. Essa criança tem dificuldades em fixar o olhar e seu estilo de processamento focado nos detalhes em detrimento do todo das informações verbais e visuais.

FUNÇÕES EXECUTIVAS - É um conjunto de habilidades cognitivas de alta complexidade que nos permitem executar as ações necessárias para atingir um objetivo. No TEA muitas dessas habilidades encontram-se prejudicadas, acarretando inflexibilidade e rigidez de comportamento, problemas comunicativos e dificuldades severas de engajamento em interação e comunicação social, além de comportamentos repetitivos e estereotipados.

LINGUAGEM – Geralmente crianças com TEA apresentam prejuízos em habilidades pragmáticas. Entretanto, as habilidades fonológicas, sintáticas e semânticas podem estar bem desenvolvidas. Outras podem apresentar hiperlexia, ou seja, podem apresentar grande facilidade para decifrar letras e números, mesmo se a compreensão do que é lido apresentar-se prejudicada.

MEMÓRIA – As memórias autobiográficas são pobres e apresentam prejuízos em habilidades de memória de trabalho.

Por ser um perfil heterogêneo de dificuldades e potencialidades cognitivas, nos casos de TEA, são grandes os desafios no que diz respeito a diversidades e diferenças sintomatológicas. Portanto, são necessárias pesquisas com evidências cientificas sobre validação de instrumentos neuropsicológicos que possam avaliar as funções cognitivas dessas crianças. Assim, a avaliação neuropsicológica é de suma importância para a elaboração de programas de intervenções das funções executivas focadas no TEA, que visem reabilitar cognitivamente as áreas específicas alteradas. Dessa forma, ter acesso a essas informações facilita à família, à escola e todos que cuidam do paciente, por meio da intervenção interdisciplinar, entender como funciona o seu cérebro, consequentemente, como ele se comporta perante determinadas situações.

Fazendo o mapeamento dessas funções, o profissional consegue identificar possíveis causas ou consequências das dificuldades.


Fonte de pesquisa:
DSM-V Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 2013.
Malloy-Diniz, L. F., Fuentes, D., Mattos, P., & Abreu, N. Avaliação neuropsicológica. Artmed Editora, 2009.



Márcia Aparecida de Jesus
Psicóloga/ CRP06/76410 (UNIMEP)
Atualização em Oncologia (UNICAMP)
MBA em Gestão de Pessoas (UNISAL)
Especialização em Neuropsicologia (USF)
Especialização em Neuropsicologia do TEA (CBI of Miami)
Especialização em Intervenção ABA para autismo e deficiência intelectual (CBI of Miami)
Atendimento presencial, on-line e residencial (TEA)
Instagram: @marciaapjesus, @clinicaberttin, @espacorevigorise
e-mail: marciaapjesus@gmail.com
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PS: Nenhum texto substitui a consulta com a psicóloga.